@ Você escreve um monte de merda sem se dar conta que pode estar sendo lida por gente capaz de tudo. Até de despachar uma ordem de prisão pelo twitter. Por isso, quanto mais seguidores, mais risco. No meio deve haver um juiz, um cara do Ministério Público, um delegado ou alguém do governo. Pensar que opinião é só opinião entra por um ouvido e sai pelo outro, é a maior bobeira. Existe uma multidão querendo pegar o nego pela palavra. Falar o que se pensa, sem uma filtrada antes, é muito perigoso. Fazer isso depois de uma garrafa de vodka é quase suicídio. Meu problema é esse: quanto mais bebo, mais sincera vou me tornando, a ponto de revelar segredos que nem eu mesma conhecia. Se é que isso é possível. Acho que é.
@ A tática para evitar confusão, mesmo depois de dez copões de sminorff, é dizer para quem me contesta: “você tem razão”. Outro dia, um cara ficou indignado e perguntou por que eu estava concordando se acabara de escrever uma coisa que ele não aceitava. Digo, com a maior sem cerimônia: mudei de ideia. “Tão rápido assim?”, insite o cidadão. Ai, quando vejo que ele quer continuar a história, criar caso, me mudo pro Facebook. Lá todo mundo curte o que você escreve - “lindo”, “adorei”, essas coisas.
@ O caldo entorna mesmo quando, na madrugada, esquerda e direita vão pro ringue. Em tempo de eleição, enquanto todo mundo lá fora não está nem ai, o pessoal da política entra numas. O pior: nessas horas é que eu me meto. Não para tomar partido de um lado ou de outro, mas para dizer um terceiro troço, bem fora de propósito, que só serve para unir as duas partes contra meus posts. Mas apareceu um balde, eu chuto. Ontem mesmo, só porque escrevi “paunocu do Hugo Chávez” toda esquerda latino-americana desabou sobre minha cabeça. Também não pode xingar a direita porque nesse caso você passa por ignorante e dinossaura. Não acho que não entenda de política; a política é que não entende nada de mim.
@ Profissionalmente, sigo tuitando para instituições não muito respeitáveis. Quem pergunta, hoje, o que faço, respondo: “sou ghost twitter”. Não é lá grande coisa, mas pelo menos não preciso sair de casa. Ocorre que às vezes, no meio do trabalho, resolvo dar uma relaxada com o vaporizador holandês e começo entrar em assuntos que não são da minha conta. Até agora, nenhuma reclamação grave. Tenho medo de perder esse emprego. Quer dizer, essa ocupação. Chamar isso de emprego é meio exagerado.
@ Tomei uma decisão: deixei de fumar cigarro. Guardarei o pulmão para fumaças mais inebriantes. A decisão dois é encerrar essa história na semana que vem, com uma conversa mole de despedida. Cansei de mim.
@_lulafalcao
quarta-feira, 1 de setembro de 2010
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2 comentários:
Perfeito! ;)
Incite? Lembra do incitatus? :P hehehe
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