Faça as coisas de improviso e, dentro dele, você terminará descobrindo detalhes ainda mais improvisados, que precisam de uma gambiarra aqui e acolá, e a coisa termina andando da pior forma possível, mas andando, de modo que no final das contas tudo termina mais ou menos. Quer dizer: não deu certo nem errado, mas surtiu algum efeito sem a precisão de grandes planejamentos, planilhas, reuniões e principalmente de muito dinheiro. Para os grandes teóricos corporativos, o improviso é a pior dos mundos, e eles estão certos, mas em se tratando de uma pessoa que tem apenas uma idéia e nenhuma estrutura é melhor tentar um drible do que passar a bola de acordo com a jogada ensaiada.
A vantagem desse esquema meio destrambelhado é que se der merda, você faz tudo de novo, insiste no erro, porque alguns erros não são eternos. Um dia dá certo. Certo, certo, não. Dá pro gasto e é assim que funciona o mundo de grande parte dos minúsculos empresários que tentam sobreviver a partir de um ponto, mas sem estudo de viabilidade, cenários, análises de mercado, essas complicações todas.
Então, meu microscópico empreendedor, a idéia é ir levando como Deus quer e se Ele não quiser você leva do mesmo jeito porque em muitos casos não tem outra saída pra quem começou assim, na base da intuição, sem pensar nas conseqüências, atirando no escuro. O grande mérito desse negócio – se é que assim pode ser chamado – é o baixo investimento. Tem tudo para não funcionar, mas em caso contrário, pode, lotericamente falando, resultar numa grana extra, ou seja, numa espécie de milagre.
Enquanto isso, vejam o caso de grandes corporações que colocam milhões em consultorias e marketing, calculam tudo direitinho, mas na hora agá o resultado é um desastre completo. Não vou citar nomes para não incorrer em problemas legais, porque além de tudo essas empresas ainda gastam com departamentos jurídicos e assessorias de imprensa. Ocorre que grandes transações não têm espaço para gambiarra, um jeitinho, um arranjo, nada disso. Foram feitas para seguir os conformes e fora deles seja o que for se torna um peixe fora d’água, um beco sem saída, um poço sem fundo.
Em nosso mercado, não. Sempre tem um jeito. Você dá outro nome ao projeto, se desvia completamente da idéia inicial, se vira com o agiota, vende a geladeira ou simplesmente muda de ramo ou de cidade, nos casos mais graves.
@_lulafalcao
sexta-feira, 17 de junho de 2011
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