quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Colagens para um roteiro





E se a gente juntasse mãe e filha com um coroa legal? Ele e a menina estão apaixonados, mas sua conversa é com a mãe, de sua geração, e para transformar isso num grande inferno romântico, acrescente-se que a mais velha nutre dois sentimentos: acha a relação de sua filha absurda e também está a fim do cara.

Já existe, eu sei. Lolita, Nabokov. Mas é apenas o começo. Depois, a mãe descobre que tem câncer e, a partir daí, o homem passa a rever sua relação com a ninfeta e a pensar seriamente em mudar as coisas: trocar a filha pela mãe.

Outra que existe. Tudo bem, mas não misturada com o primeiro parágrafo. Muito menos com o que vem a seguir:

Então, a mãe curada toma uma decisão para dar uma quebrada na história: resolve aproveitar a vida e cai no mundo, longe da filha e do futuro amante. Deixa para trás um casal meio entediado, sua filha e o coroa, e parte numa viagem de autoconhecimento à Índia. Volta para abrir um restaurante de cozinha da Manchúria, mas por uma razão ainda não pensada, termina se envolvendo com um vereador viciado em drogas e ela própria passa a consumir todo o cardápio da loucura. Assim, bem dramático. Dá para tirar a Índia e ir direto para as drogas? Dá. Fica menos parecido com as novelas orientais da Globo e sai mais barato.  

Tem que chamar gente boa para os diálogos e dar forma à ideia. O final pode ser numa clinica de recuperação de viciados. O casal – o coroa e a ex-ninfeta - vai visitar a mãe-sogra e aí rola um texto emocionante (pensar nisso) e depois a gente resolve se vai ter final feliz ou não.  

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