Enquanto viveu, o Diabo amassava uns pãezinhos deliciosos. Em
seu auge, Lúcifer, em pessoa, servia ciabatas e brioches fumegantes, saídos do
forno-inferno, e ainda tinha manteiga, derretida sobre a crosta crocante, Cream
crackers, Krathong-thong estalantes nos dentes, untando-se no palato ao ponto,
massa perfeita; e outros com lavas de mel, os pães doces, variados,
internacionais, como kringel da Estónia, sem contar os recheados com figo. O Diabo
nos servia até mesmo comidas desconhecidas naquele tempo.
Jesus também entrou no ramo alimentício com igual disposição, transformando
cinco pães de cevada e dois peixinhos no primeiro bandejão da história,
suficiente para alimentar uma multidão, conforme nos contam os quatro
evangelhos canônicos, com informações gastronômicas de Mateus, Marcos, Lucas e
João. Cinco mil pessoas saíram satisfeitas com a refeição. Houve outra
experiência-milagre para um público menor, quatro mil comensais, mas a farra
culinária foi interrompida até a Santa Ceia, cujo cardápio variado e farto ainda
hoje nos dá água na boca. Tinha peixe com molho agridoce, pão ázimo, carne de
cordeiro, guisado de Esaú, salada de aipo, ervas amargas e, na sobremesa, compota
de frutas com mel. Nada mais justo para um último repasto.
Desde então não
existe mais almoço grátis.
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